segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

FUMAR OU DEIXAR

POR: ATAIDE NATALIO

Dia 17 de outubro (inicio do horario de verão) levantei-me e tomei o costumeiro banho. Engoli "rapidamente" um café porque o principal mesmo era fumar.
Comecei a me sentir tonto e logo que meu mano Pity levantou-se, comentei com ele e disse-lhe que iria medir a pressão. Saí e me senti mal, quase que caindo -  voltei para dentro de casa. Aí resolvi que ao invés de ir a farmacia melhor seria consultar o médico.
Saí e no ponto do coletivo, meio tonto me encostei mas logo embarquei até o terminal e ali reembarquei noutro ônibus para logo descer.
Aquelas tres quadras que me separavam do HOSPITAL DE URGENCIAS MÉDICAS pareceram tres quilômetros. Sofregamente lá cheguei e a atendente anotou os dados da carteira dizendo para que eu aguardasse a chamada pelo nome no painel.
Muitas cadeiras e uma TV lotavam aquela sala de necessitados de atendimento médico. Meu nome apareceu e fui fazer a pré-avaliação. A enfermeira anotou peso, idade e mediu a pressão. Deu 17 por 10, apesar de tomar 10 mg de Enalapril diariamente. Disse ela: volte para a espera que logo chegará sua vez.
Enquanto aguardava comecei a pensar: durante mais de 32 anos fumei. Acho que basta. Afinal não vou morrer se parar de engolir fumaça.
Tambem ja joguei dinheiro fora. Considerando que comecei a fumar com 18 anos, parei 5 acabei fumando 32 anos. Se considerar uma carteira por dia (que sempre foi o minimo) ao preço médio de R$3,00 eu gastei (na moeda atual) em torno de R$35.000,00.
O tempo foi passando e ao longo de 1,15 hs fui chamado. Após a consulta o clinico geral disse: vamos ter que cuidar dessa pressão. Voce voltará a sala 01 e tomará meio comprimido.
Isto feito após quarenta minutos voltei com a doutora que mediu novamente a pressão e idsse estava melhor e me me despachou dizendo que o remedio continuaria "a fazer efeito" e que iria baixar mais.
Quando cheguei em casa disse ao meu mano: voce verá agora eu fulmar meu ultimo cigarro. A carteira estava quase cheia e ele pediu: dê a carteira para mim. Em principio eu disse não, mas, acabei lhe entregando. Tinha um pacote com 6 carteiras que vendi a minha vizinha Maria que se entope com a mesma marca.
DIA 18 - Segunda Feira.
O primeiro dia é o mais dificil em quase tudo que se imagina. De cara contei as minhas colegas de trabalho Daniela e Silvana. A Marlene levou um susto e pelo olhar duvidou de mim. Este é um dos procedimentos para quem quer deixar. As pessoas vão lhe "perseguir" e é vergonhoso mentir e aí o cara tem que ter vontade de verdade. Pressão 15/9.
DIA 19:
Minha mão direita ia sistematicamente ao bolso da camisa procurando
cigarro e a outra o isqueiro. "ah!!!!!!!! que merda" parei de fumar. O nervosismo a toda. Lancei mão das balinhas. Pressão 14/9.
DIA 20:
Comprei doce de leite, amendoim, goooooomaaaaas, mas, a vontade mesmo era de fumar.
DIA 21:
Sabe o que é ter que se conter para não humilhar os outros ? Afinal, o vicio é algo individual e portanto os outros não merecem desacato. Furia total. Pressão 15/9.
DIA 22:
Chego em casa e o mano Pity diz: parabens, voce está resistindo. Ele sempre pediu para eu parar com essa droga. Ele torce por mim. Pressão 15/9.
DIA 23:
Visita a casa de Alan e Maidê, meus queridos manos. Contei-lhes a principal razão da parada: " pressão alta". Eles que tem corações plenos e sem reservas me presentearam com um Esfigmomanômetro. Claro que remoia ainda a vonta de fumar mas tinha que me conter. Pressão 14/9.
DIA 24:
Domingo. Tédio total. Sem cigarro e vizinhos fumando a frente de minha janela. Tomei um café reforçado e mais tarde comecei a tomar umas geladas.  Pressão 15/9.
DIA 25:
Venci a primeira semana. As balas continuam mas o cafezinho é tomado com gosto de bebida e não como antepasto de cigarro. Pressão 15/9.
DIA 26:
Ops. Algo errado. Pressão ja cedo 16/10 ??? Levo o aparelho para a empresa e ao meio dia 14/9. Ao chegar em casa: 16/9. Consultei o médico ele me receitou: hidrotiazida ( meio comprimido). Serve para combater a retenção urinaria.
- Os dias seguintes seguiram-se mais ou menos nas rotinas já citadas aqui.
DIA 30:
Em casa de Alan quatro fumantes. Comecei a perceber a falta de controle e o impulso de acender cigarros. Minha vontade estava se consolidando e permanecendo na cervejinha. Me apresentam um baseado e eu aceito. Foram algumas tiradas mas não passou disso. Pressão normal.
DIA 31:
Dia de segundo turno de eleições presidenciais. Na janela Luiz e Adriano fumando sem parar. Vou e voto. Pressão normal.

- Bem, hoje é o quinquagésimo dia e de agora em diante é só administrar. O consumo de frutas aumentou, a respiração está ficando cada vez melhor e já não mais me incomodo com pessoas fumando perto de mim. Para os amigos e quem quiser falar a respeito estou a disposição. Afinal as fábricas tem que diminuir o seu lucro e mesmo que poucos consigam parar de furmar ja estamos colaborando com a nossa bela mãe natureza.

Fraternal abraço.

2 comentários:

JANINY disse...

PARABÉNS, MEU AMADO PAI!

PELA INICIATIVA;
PELA CONSCIÊNCIA DO MAL QUE LHE FAZIA;
PELA RESISTÊNCIA;
PELA PERSEVERANÇA;
PELA FORÇA;
PELA SUA NOVA ESCOLHA DE VIDA, COM MUITO MAIS SAÚDE!

AMO-TE!

JAN

Arlete Dognini disse...

Mano, Deus vai te dar forças pra seguir a vida sem a nicotina, tenha certeza de q vai se sentir mto melhor daqui pra frente.
Abraços da família. Te amamos.