sexta-feira, 30 de julho de 2010

COPA 1970

POR: ATAIDE NATALIO

Corria o ano de  1970. Na época eu tinha apenas 14 anos nascido numa pequena cidade do interior do Paraná.

Aos domingos minha querida mãezinha fazia a maionese, um gostoso macarrão e carne muito bem temperada como só ela sabia fazer.

A tarde meu pai me levava ao campo de futebol. Os times eram da própria região. Antes de ir tomar  cerveja com seus amigos me dava uns trocados. A moeda era o CRUZEIRO e 1 ou 2 tinha muito valor. Então comprava pipocas, quebra queixo e doces.
Os velhinhos vendiam pastéis e coxinhas que se mantinham quentes num isopor pendurado ao pescoço.

O futebol era jogado com raça e sem pretensão de altos ganhos e por isso se tornava uma competição gostosa de se assistir.

A bola era de capotão mas desprendia uma magia formidável. Era bastante ação e emoção.

Chegou  a copa. A televisao era preto e branco.

Pelé, Tostão e Rivelino, alem de outros grandes craques consagraram o BRASIL tricampeão mundial numa festa inesquecivel. A partir dai nosso pais começou a ser respeitado nos quatro cantos do mundo. Só que a alegria logo terminaria porque os times mais poderosos começaram a negociar os nossos jogadores. Infelizmente o poder monetario invade e conquista o "bolso" e lamentavelmente o futebol que deveria ser uma competiçao divertida e brilhante sucumbe a Euros e interesses fantasticamente desproporcionais.

Nos resta torcer para que um dia o FUTEBOL seja novamente uma nobre disputa e os conceitos voltem a raizes da qual foi gerado e nos alimente o EGO como a melhor e mais linda competiçao do planeta e de preferencia com uma bola de CAPOTAO.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

CASADO

POR : ATAIDE NATALIO

A meu lado alguem dorme
É minha querida esposa
Controlo a minha respiração
Bate lentamente meu coração

No belo, fixo meu pensamento
Que lindo aquele momento!
Vagarosamente viro meu corpo
Ela se mexe, mas, o sono continua

Sem poder me conter, a beijo
Seus lábios sutilmente respondem
Então sussurro: voce é minha doce paixão
De minha vida a melhor razão

Ela se acorda e me abraça
Com frenesi me envolve
Dois corpos se ebtrelaçam
Duas almas se amam

Suados e desejos satisfeiutos
Roupas intimas pelo chão espalhadas
Me beija com frenético calor
E diz: voce e meu unico amor!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O FORASTEIRO


POR: ATAIDE NATALIO

O estado do Texas é composto de diversos territórios. Longe dos pólos industriais e de mordomias da grande cidade e sua sobrevivência é em função da pecuária e da agricultura. Formam um povoado que se torna familiar ao longo do tempo enraizados por laços profundos. São avessos a relacionamentos com desconhecidos, aliás, abominam essa idéia.

Saint Louis é um desses povoados e ao entardecer os homens se dirigem ao bar de John. Ali não tem mulher porque eles dizem que estas devem ficar em casa fazendo comida, lavando roupa, cuidando das crias, limpando e encerando suas botas.

David coloca o cotovelo sobre o balcão e John lhe serve um wiski. Numa mesa de madeira 6 homens jogam poker a 5 dólares a mão. Enquanto o carteador controla as cartas e o dinheiro, eles fumam charutos, cospem ao chão e os copos sempre cheios vão se embebedando noite adentro.

David observa através da janela um homem apeando de seu cavalo amarrando-o no balaustre da escada. O vento soprava formando nuvens de pó em movimentos circulares. Ele tira seu pala e o sacode. Joga-o em cima da cela e adentra-se ao bar empurrando aquelas portas tipo vai e vem. Encosta-se ao balcão e joga ali seu empoeirado chapéu.

- Garçom, cerveja. Toma num só gole. Pede outra, passa a mão na boca e enxuga em sua calça larga.

- Wiski duplo e um charuto.

Tira o plástico e o arremessa ao chão, acendendo com um isqueiro dourado.

David vê sob seu cinto 50 milimetros centrado com uma fivela redonda um revólver calibre 38, preto e niquelado. Ocorre o seguinte diálogo:

- Forasteiro qual o seu nome ?
- Sou Jackson.
- De onde vem?
- Da fronteira com o Canadá.
- De passagem ?
- Não. Pretendo comprar umas terras por estes lados.
- Rapaz, as coisas andam calmas por aqui.
- Não procuro encrenca.
- Espero isso.
- Pago em dinheiro. Basta um alqueire.
- O xerife e o prefeito precisam saber disso, disse David.

O prefeito Peter e o xerife Mac Gregor eram avessos a forasteiros.

David que portava uma pistola Taurus oxidada, assovia a seu capataz e ordena:

Joseph: vá chamar o xerife e o prefeito.

Ele sai a galope atrás das autoridades. Naquele povoado a prefeitura e o quartel ficavam a algumas léguas do bar.

JACKSON: Enquanto as autoridades não chegam desafio você para duelar.

David aceitou o convite e se dirigiram frente ao bar. O jogo parou e todos foram apreciar o embate. Do outro lado da rua as janelas se fecharam. John, dono do bar foi o mediador. Nesse marco deem-se as costas e quando eu assoviar vocês darão dez passos largos e no segundo assovio disparem apenas um tiro cada um.

Os peões em couro gritavam:

- Acabe com ele David.

- David mostre a ele quem é o melhor do território.

A passos lentos os homens se distanciam e John assovia.

Ambos tombam ao solo. Jackson levou um balaço na boca e David uma bala certeira no coração.

Quando chegaram o prefeito e o xerife, este diz a todos: afastem-se.

Durante a cerimônia fúnebre o xerife faz um discurso:

David foi o melhor xerife deste condado e em seu peito cravo esta medalha. Não existia homem que não temesse duelo com ele.

Por seu lado, o prefeito pede a palavra e diz que Jackson também merece as honras já que foi o único valente que em David sua bala não foi perdida.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

BAIACU

POR: ATAIDE NATALIO

Estava eu internado num hospital para loucos e o Diretor nos liberou para uma pescaria. Dei a idéia a meus amigos de irmos ao Rio Iguaçu. O ônibus era um chassi tipo daqueles de carnaval. A unica bebida permitida era o caracu. Chegamos ao destino e uma grande cabana nos foi oferecida para ficarmos em total liberdade.

"Quem disse que louco gosta de ficar parado?".

O material para a pesca já estava todo preparado e cada um de nós recebemos tambem o "espanta mosca". Fui o primeiro e cada um de meus amigos tambem pegou o seu kit.
Lá fomos a pescaria e veja a gritaria:

Eu sou de Itaperuçu
Bem perto da capital
E vou pescar um piavaçu
Porque honro meu nome Tiranocu

Na margem oposta...

Eu sou lá do Pará
Terra de cabra macho
Vou pegar um acará
Meu nome é Tomanocu

A meu lado...

Eu sou de Urussanga
Do lindo estado de Santa Catarina
Eu quero um Piraputanga
Me chamo Levianocu

Na margem esquerda...

Eu nasci em Apucarana
Onde só dá gente fina
Gostaria de pescar uma Jatuarana
Me deram o nome de Leveinocú.

Na margem direita...

Minha terra é Jaçanã
A pátria do samba
Quero pescar um Aruanã
Me chamam de Fecheiocú.

Eu caí no rio...

Minha vida é tomar caracu
Não importa onde vou tomar
Só queria pescar um Pacú
Socoooorrrrro!!! Estou Boianocú.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

SEU SILVA

POR: ATAIDE NATALIO

Seu Silva é um sujeito com estatura de 1,55 mts. Usa bigode e o conserva sempre  pintado. Veio do norte paranaense e em Curitiba formou familia. Esteve casado por cerca de 10 anos e há 15 está separado. Sua esposa começou a pegar muito no seu pé, não o deixando a vontade com suas  amigas, por isso ele acabou caindo fora.

Nosso amigo tem um irmão de mais de 75 anos que sempre o ajudou. Chegou ao mano velho e explicou oque sucedera. Mais uma vez o irmão o socorreu dando-lhe guarida para  resolver sua vida.

Seu Silva tem uma filha mas não pode contar com ela porque faz tempo foi morar  nos Estados  Unidos.

Não estudou o suficiente e isso o levou a viver de "bicos".

No momento seu Silva tem uma sapataria no centro da cidade e defende sua cervejinha e os pirulitos prás gurias.

Seu Silva é bastante mulherengo e certa vez estava com 7 namoradas ( coisa de MACHÃO, hein Silva ? ).

Resolveu marcar um encontro com todas de uma só vez. Numa lanchonete central ele reservou uma mesa e avisou o garçom que seriam 8 lugares. Maquiavélico que ele é, ficou encostado no balcão ( sem estar sendo observado) e via as garotas chegando e percebia que não estavam entendendo o que se passava. Se perguntavam umas as outras: quem voce está esperando?  Todas diziam: Seu Silva. Quando chegaram todas, era hora do seu Silva entrar em ação.

Chegou a mesa e elas só não o chamaram de filho de Deus ( imaginem só os ELOGIOS que rolaram ). Foi a maior gritaria (cadeira pra todo lado, garçom mais perdido que cachorro em dia de mudança, o dono coçando a cabeça ) e a mulherada se pegando aos tapas. 

Uma acertou uma "bolachada" na cara do seu Silva mas ele é do tipo que não da bola pra isso.

O ânimo se acalmou depois que a mulherada se mandou e o Silva, claro, ficou sem nenhuma e chupando o dedo e ainda teve que pagar o prejuizo causado que o proprietário não deixou barato. Ainda disse ao Silva que se não pagasse iria chamar a POLICIA. Dessa ele escapou com vida.

Como nosso amigo não é de ficar sem mulher hoje ele só tem duas namoradas. Uma mora em Colombo e a outra o ajuda no oficio de sapateiro.

Certo dia ela chegou e ele a chamou atrás da divisória pra " conversar". Ali naquele aposento seu Silva tambem dorme. Disse a moça: enquanto voce vê televisão aproveita e senta no meu pingo.  Ela foi se excitando e a coisa rolou até que ela ficasse exausta ( seu Silva é desse jeito, segundo ele mesmo ).

Noutro dia ele quis de novo e ela respondeu que estava cansada e nada iria rolar. Ele abaixou o feiche eclair e tirou a naba mostrando e perguntando a moça: Voce não tem DÓ ? Vai deixar ele assim com vontade ?
Ela resistiu e foi embora, mas, no dia seguinte foi satisfazer a grande necessidade de seu Silva. Êta cabra macho".

Dessa e outras ele com certeza continuará aprontando. As mulheres que se segurem se cair nos pelegos de nosso herói Seu Silva.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

SUPONHA

POR: ATAIDE NATALIO

Suponha que nosso encontro não foi casual
 Que voce tinha algo a me dizer
Suponha que voce venha a me amar
  Sem nada em troca pedir
Suponha que me chame junto a lareira
 Para a seu lado meu corpo aquecer
Suponha que esteja um vinho a saborear
 E dele uma taça voce me ofereça
Suponha que minha presença lhe faz feliz
 Enquanto em silencio mira o fogo
Suponha que entre as chamas voce me veja
 E algo forte comece a sentir
Suponha que depois me convide
 O seu quarto  conhecer
Suponha que uma cama arrumada nos espere
 E ali comigo se deitar
Suponha que não importa o dia da semana
 Nem compromissos a nos esperar
Suponha que use seu dote da culinaria
 E com vinho um aperitivo apreciarmos
Suponha que depois disso tudo
 A lua pela janela nos faça companhia
Suponha que este momento não esquecerá
 E vivermos um grande amor sem medo de ser feliz

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ORIXÁ

POR: ATAIDE NATALIO

Vou chamr Oxum
Espero que me atenda
Estou precisando de algum
Não lhe pedir nobreza
E sim um pouco de riqueza

Vou chamar orixá
Com certeza vai me ouvir
Mesmo sem ordem do Xá
Não quero só folia
Lhe peço muita energia

Se não der certo chamo Oxalá
Nele deposito minha fé
Necessito energia e riqueza
Porque é forte o mundo dos ateus
Mas confio porque ele é meu Deus.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

HORA CERTA

POR: ATAIDE NATALIO

A todo momento sou cobrado
Decisão tenho que tomar
Raciocinio logico tenho que ter
Pouco tempo para decidir
Não pode haver falha
Tambem não ser demorado
A ninguem posso apelar
Nem magia deve me deter
Como algo a me interferir
Até parece fio de navalha
Mas, nao sou nenhum tapado
Minha decisão eu vou dar
Nem que me leve a perder
Ninguem vai me impedir
Só assim venço mais uma batalha

segunda-feira, 12 de julho de 2010

TRISTEZA DO ZECA

POR: ATAIDE NATALIO

Minha mulher foi embora
Ontem perdi meu melhor amigo
Fui despedido sem justa causa
Meu filho caiu do telhado
Tá faltando dinheiro pra canha
Fui estalar o ovo e estava choco
Bati o carro que não tinha seguro
Cuspi na cara do meu chefe
Pedi aumento ganhei foi a conta
Fui deitar o traçado quebrou
Faltou 0,01 décimo pra passar no vestiba
Meu cachorro perdeu uma pata
Um carro veloz sujou meu terno
Na hora do gol furou a bola
No restaurante o macarrao sujou minha camisa branca
O coletivo não parou e perdi a namorada
Pintei de rosa quando seria purpura
O guarda chuva pifou quando a chuva começou
Na hora do jogo minha TV pifou
Dei cem reais e me deram troco de cinquenta
Engraxei sapato marrom com tinta preta
Pediram fogo e la foi o meu isqueiro de duzentos reais
Fui mexer com abelhas sai todo picado.
Segunda feira não é mole não.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

GATO OU CACHORRO

POR: ATAIDE NATALIO

Eu prefiro gato
Daí testo meu tato
Se escolho cachorro
Sei que me presta socorro

As vezes condeno meu ato
Lembro do meu gato
Quando me penso zorro
Lembro do meu cachorro

Se prefiro cachorro
Pode ser meu socorro
Se escolho gato
Lembro de apurado olfato

O gato está no meu momento
E não suporto seu lamento
O cachorro está em minha mente
E não o quero na corrente

Ao fim, amo gato e cachorro
Seremos amigos enquanto vivermos
Então fiquemos em paz
Porque se somo as patas dá 10.

Dez vidas.
Que mie o gato
Dez vidas.
Que lata o cachorro

terça-feira, 6 de julho de 2010

ENCANTOS DE MULHER

CAPITULO LIV
A CONFISSÃO DE MARIA

POR: ATAIDE NATALIO

Maria vivia sossegada com João. A vida  era simples e as coisas rolavam dia a dia sem muitas novidades. Tinham ja cinco anos de convivencia, sem filhos.

João era pedreiro e fazia seu trabalho com muita dedicação inclusive trabalhando aos sabados, domingos e feriados se preciso fosse.

Maria era doméstica e ajudava seu marido pelo menos para se tentar uma vida mais digna e confortável.

Apesar de humilde ela tinha ambições maiores e sonhos que gostaria de realizar. Era religiosa contumaz todavia seu esposo não ligava muito para isso.

Ela prestava serviço numa mansão em bairro de alta classe.

Um dia a patroa havia saido para encontrar-se com amigas e seu patrão encontrava-se em casa.

Estava a fazer seu trabalho quando ele chegou e tocou seu ombro. Ela se vira e ele pergunta se havia limpado seu quarto. Ela afirma que sim e ele a convida dizendo que queria lhe mostrar algo.

Quando lá chegaram por sobre a cama um bouquet de rosas vermelhas.

Era o aniversário dela: parabens. Não esqueci seu dia. Ela lhe diz: nem meu marido lembrou-se.

Posso lhe dar um abraço?

Ela consentiu só que resolveu dar-lhe um beijo na face. Não ficou nisso porque de repente ele beija levemente seus labios. Ela respondeu e ali sobre flores e num impeto foram se despindo. Rolou um caloroso ato sexual e após suados deitaram-se lado a lado. Por momentos se entreolharam e como quem pensa: pecado.

O patrão se veste e lhe diz que vai trabalhar. Como Maria tinha as chaves não se demorou muito e foi para sua casa.

João logo mais a noite chegaria e ela com seus botões ficou imaginando: tenho que fazer de tudo para que ele não desconfie.

Os dias foram passando e Maria resolveu ir a igreja. No confessionario disse ao santo padre o fato que acontecera. Ele diz que ela deve contar a seu marido para não permanecer no pecado.

Maria se dirige para casa e chama João. Conta o fato com detalhes e ambos começam a chorar. Ele vai para o quarto e começa a arrumar as malas. Maria o segue e diz: pelo amor de Deus não me abandone.

João estava decidido e se foi de imediato.

Maria por diversas vezes ligou para João e tentou reatar a relação. Por outras sentiu-se arrependida do ato cometido.

Maria conviveu com outros mas, nunca mais com João.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

PROSTITUTA DA VEZ

ACRÓSTICO

POR: ATAIDE NATALIO

Passo horas aqui no meu ponto
Rimel e baton não me faltam
O sorriso sempre aberto pra quem passa.
Sou uma pretendente infeliz
Todo meu sonho desabou
Imito sem graça uma donzela
Tento expressar felicidade
Uns trocados preciso ganhar.
Tesão na verdade nem sinto mas,
A minha filha  espera o leite

Dos amores que tive na vida
A nenhum eu dou valor

Vou rodar bolsinha na quadra
Espero que ache algum bonitão
Zebra hoje quero bem distante.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

GAUCHO MACHO

POR: ATAIDE NATALIO

Não mexa comigo
Sou macho e topo qualquer parada
Com bala te rodeio o umbigo
Faca pra mim é coisa de veado

Só respeito a minha chinoca
Porque me da muita tesão
Ali ninguem põe minhoca
Se por tem que enfrentar meu facão

Remédio pra mim não tem valor
Muita raiz tem no meu país
Eu sou um gaucho mateador
E amo o sertão do meu Rio Grande

A noite vou pra rua
A bailanta que me suporte
Mesmo que durma sem ver a lua
Aqui tem macho até pra morte.