segunda-feira, 10 de maio de 2010

O ANDARILHO

POR: ATAIDE NATALIO

Ele vai pela rua sem esperar que alguem o olhe
e muito menos que o veja
Caminha, na certeza que nada de novo vai encontrar.
Sua estrada não tem começo nem fim
Sorriso de alguem? Só se for do seu cachorro companheiro
Não tem pressa, pois não tem hora marcada
Seus passos nenhum humano segue e ele tem consciencia de que nada vale.
Vai caminhando,
Só Deus sabe para onde
Pensamentos lhe vem, mas, sem pressa de seu cérebro sair
Não tem valor, porque dinheiro não carrega.
Sua roupa rasgada não incomoda ninguem mas, seu odor não passa
despercebido e nesse momento ele sabe que é olhado.
O sol seca suas lagrimas, porem, a chuva demora cair para seu banho tomar
Se anda mais, acaba achando um chafariz;
Não capricha nem muito demora porque não tem sabão quem dera um sabonete
Mesmo um pouco mais limpo, sua barriga começa roncar
O totó tambem com fome está.
É hora de trabalhar e la vai o pobre diabo
Sai confiante, pede uma moeda aqui outra ali
Implora um pedaço de pão ao ver alguem com sacolas
As pessoas nem olham e até asco tem.
Ele continua seu caminho e um senhor bem alinhado lhe joga alguns trocados
Pensa ele:  'maldito, não vê que tenho mãos"!
Aquele valor é pouco, mas, mesmo assim ele vai a uma lanchonete.
A dona lhe serve um café com leite em copo descartavel e um pão com margarina.
Vai comendo e tratando tambem de seu fiel amigo, que quanto mais agita a cauda mais conquista o dono
Pelo dom natural das coisas vem chegando a noite,
Sacode seu cobertor e chama totó
Dormem, gemem, dormem, sussurram, se beijam, acordam.
Mais um novo dia nasce e lá vai sem rumo, sem nada. mas, com fé, o nosso querido ANDARILHO.