SEU SILVA VI
POR: ATAIDE NATALIO
- Hei, hei Tide. Voce anda sumido hein?
- Voce sim é que tá se escondendo de mim.
Era hora do almoço. Entrei na loja e atrás do balcão, ele sentado e Tereza em pé, mexendo no celular.
- Rapaz, fui no centro comprar uns materiais e a chuva me castigou firme. Tô aqui pelado esperando a roupa secar.
- Trate de se vestir logo senão se resfria.
Tremia mais que vara verde. Só o cabelo não revoava pois o coco parece aeroporto de mosquito. Tereza (o autor revela que seu verdadeiro nome é Andreza) só ri e mal olha para Tide.
- Bom, Silva, agora é minha vez de me molhar. Vou almoçar. Estava com o guarda chuva.
A tarde quando passava resolvi chegar de novo ouvir o velho camarada que estava sentado com Tereza no banco da entrada da sapataria.
- Tudo bem Silva?
- Tudo e voce.
Vi que tinha um aviso dizendo: pessoal favor retirar seus pertences pois em breve fecharei a sapataria.
- Então, Silva, voce poderia abrir um outro negócio.
- Rapaz, quero abrir uma zona. Só que precisa 100 milhões para montar uma boa putaria. Se faltar mulher nem que usem o estoque.
No caso, se referia a Tereza que como sempre apenas dá um sorriso.
- Não vai tanto, talvez 100 mil.
- Não, quero montar uma coisa boa pra ganhar muito dinheiro.
- Porque que vai fechar?
- Não aguento essa véia cobrando o aluguel. Voce poderia ser meu avalista ai alugaria por imobiliaria.
- Silva, por que voce não vai vender pipoca, quebra queixo ou cachorro quente ?
Tereza só dava risada olhando para mim e para ele. Aquele olhar penetrante parece inocente mas tenho minhas duvidas. Apesar dos pesares ela vai onde o Silva vai.
- Não, rapaz, tô enjoado de ganhar pouco. Quero é muita grana. Tô de saco cheio disso aqui.
O papo se encerrou por aí. Me despedi desejando boa sorte a ambos.
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